São Paulo, 02 de Setembro de 2023
Renato,
Escrevo porque fiquei sabendo que você deixou Talita. E que o término foi acompanhado de um pequeno discurso cheio de rancores. Como sou seu amigo, preciso chamá-lo à razão. Entendo que você ama Talita, mas isso não lhe dá o direito de exigir que ela lhe retribua do jeito que você acha que merece. Afinal de contas, cada um ama ou deixa de amar a seu modo.
Você não acha, meu amigo, que é um tanto autoritário exigir que uma pessoa se comporte da mesma maneira que você ou lhe ofereça a mesma quantidade de provas de amor? Além disso, qual é a régua que se usa para tal medição? Quem define o que é muito ou o que é pouco em uma relação?
Em relacionamentos, Renato, só podemos falar de nós mesmos e só podemos oferecer o que temos. E o outro fará o mesmo. Você sempre soube que Talita gosta de ter a atenção de todos, que tem problemas para decidir as coisas. Esperar que ela aja de forma diferente, faz parte das suas expectativas, não do que ela te oferece.
Agora, se, para você, o que ela oferecia era muito pouco, eu pergunto: por que você aceitou? Se ela te humilhava e te fazia de idiota, por que você permaneceu?
Nós também somos responsáveis, meu amigo, pelo modo como as pessoas nos tratam, na medida do que permitimos e toleramos.
Que bom que você conseguiu dar um basta. Agora, erga a cabeça e dissolva essa raiva. As coisas são o que são e você merece mais.
Seu amigo,
Hamilton

