A escrita

Escrever é como assistir ao nascer do sol na praia: a princípio, nada há além da escuridão. Pisamos em terreno incerto, tentamos adivinhar o caminho, apostamos em uma direção, sem muita certeza de que queremos mesmo caminhar até a praia — a cama quentinha parecia tão mais confortável… Mas, assim que nossos pés encontram a areia fria, o lampejo de inspiração, o pensamento adormecido, desperta. O corpo se põe alerta. E cada promessa de luz que se avizinha é como uma ideia que nasce e traz consigo a próxima, em cadeia, até que o próprio sol desponte no horizonte. E, então, a visão alcança mais e além.

Já podemos perceber as cores da manhã mudando rapidamente, os pensamentos flutuando como o reflexo da luz sobre as ondas calmas. O som que se ouve agora começa a fazer sentido: Inunda o corpo de prazer, e o espírito nos sussurra vivamente seus quereres.

Um fio de luz basta para que o corpo entenda a beleza do milagre que está por vir. Um fio de inspiração basta para que o pensamento encontre o caminho para a criatividade.

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