Curitiba, 04 de dezembro de 2023
Oh, guardião das águas tranquilas e profundas,
Venho movida pelos ventos e chego à beira da tua quietude com reverência e humildade. Reconheço tua força, poder e domínio sobre estas águas e solicito, humildemente, permissão para adentrar o teu reino sombrio e misterioso. Aceito a dor do exílio e procurarei compreender, em tuas terras, as nuances do amor em ambientes menos acolhedores, mesmo que isso signifique enfrentar minha própria vulnerabilidade. Que minha jornada seja guiada por tua sabedoria e coragem. Que tua intuição afiada me aponte sentimentos ocultos e me permita compreender além das aparências. Que minha vela, mesmo com a ausência de ventos, encontre, em meio à imobilidade, um caminho para flutuar com harmonia e serenidade. Que eu seja capaz de encontrar um propósito na tua profundidade. E que meu coração velejador possa coexistir em equilíbrio com a tua intensidade desafiadora.
Que assim seja.