São Paulo, 07 de dezembro de 2023
Senhor monstro que mora no armário do meu filho,
Tenho notado a sua presença desde a última festa de aniversário do pequeno Joaquim. E, como uma mãe preocupada que sou, venho, por meio desta, estabelecer algumas diretrizes que precisamos discutir urgentemente. Em relação à sua estadia no armário, gostaria de destacar que este é um espaço valioso em nossa casa. Entendo que todos precisamos de um lugar para chamar de lar, mas, para manter essa convivência harmoniosa, precisamos de algumas condições. Primeiramente, creio que podemos concordar que o local vazio entre as calças de frio e as polainas é o local mais apropriado a ser ocupado, pois é um ótimo espaço e não causaria nenhum transtorno em relação às vestimentas fora do lugar.
Em segundo lugar, a questão do aluguel. Como inquilino do armário, seria adequado que você contribuísse com algo para ajudar nas despesas. Proponho que considere realizar pequenos serviços que possam beneficiar a casa, como manter a poeira longe ou ajudar a guardar os brinquedos espalhados. Isso ajudaria bastante. Além disso, é fundamental que o seu comportamento não cause nenhum tipo de susto ou medo no meu filho. Sei que o fato de ser um monstro pode trazer algum tipo de complicação, situação que acolho, mas peço, encarecidamente, que evite assustá-lo durante a noite. Afinal, o sono dele é muito importante para o seu desenvolvimento.
Peço, também, que respeite os horários de descanso da família. Pode ser tentador fazer barulhos estranhos durante a noite, eu sei, mas isso atrapalha o descanso de todos e dificulta nossa rotina diária. Espero que entenda que minha intenção, ao impor essas condições, é a negociação de uma permanência pacífica e harmoniosa. Caso contrário, terei que buscar medidas alternativas para resolver essa situação.
Agradeço pela sua compreensão e cooperação.
Atenciosamente,
Jaqueline

