
Um ascendente sob a influência de Vênus e com um toque de Marte (por termos). Vênus, a PEQUENA BENÉFICA, encontra-se em Sagitário, signo regido por Júpiter, o GRANDE BENÉFICO. Por signos inteiros, essa Vênus está na oitava casa, um espaço considerado sombrio, pois não é visível ao ascendente e está ligado a temas profundos e desafiadores. No entanto, ao abrirmos o mapa por outro sistema de casas, essa mesma Vênus surge na sétima casa, a casa do outro, uma posição angular e, portanto, muito mais potente.

Eu sempre escolho interpretar o mapa por signos inteiros, mas não posso ignorar a informação de que, em outro sistema, essa Vênus ganharia uma posição angular. Para mim, ela está na oitava, mas, vez ou outra, faz visitas à sétima.

Diante de configurações como essa, me questiono: por que essa alma precisou ou ainda precisa se esconder? Do que ela foge? Por que se oculta? Que circunstâncias, descritas em seu nascimento, a colocaram lá? E me pergunto também se não é o momento de devolver a essa Vênus a sua angularidade, a sua força.

Afinal, não se trata de uma Vênus qualquer. É de uma Vênus em Sagitário que estamos falando, um signo de fogo. É a Deusa do amor, cavalgando, nas vestes da liberdade e do conhecimento.
Ao observar o mapa da Patrícia, a primeira coisa que me veio à mente foi: preciso tirar essa Vênus daí. Preciso devolver a ela a liberdade, a confiança e o fogo que lhe são inerentes. Foi então que, movida por essa necessidade de resgate, sugeri à ela uma sessão de fotos vibrante, colorida, intensa, com tons vermelhos como brasas ardentes. E olha que eu, que sempre prefiro fotos em preto e branco e conheço as dificuldades de trabalhar com o vermelho na fotografia, me vi impulsionada a propor justamente isso.

A Paty, maravilhosa como sempre, topou na hora. E o resultado foi mágico: cada clique capturou não apenas sua imagem, mas sua essência — a coragem, a intensidade e a força que ela carrega.

Nós, seres humanos, somos essencialmente relacionais, forjados a partir do olhar do outro. É esse olhar que valida ou não a imagem que temos de nós mesmos. Para que eu seja rainha, por exemplo, preciso que os súditos me enxerguem como rainha. Não adianta comprar uma coroa e me intitular rainha se os outros não reconhecerem a soberana em mim. É por isso que a fotografia pode ser uma ferramenta poderosa de empoderamento e libertação. Não há nada mais transformador do que se ver a partir da perspectiva de um outro — especialmente quando essa perspectiva é empática e generosa.

Aproveito essa deixa para perguntar a você que me lê: a que olhares você tem se submetido? São olhares amorosos ou condenatórios? São perspectivas que torcem por você ou que te subjugam? Que celebram suas conquistas ou menosprezam seus avanços? Meu conselho (se me permite) é: escolha os olhares que te acolhem e validam. Escolha estar perto de pessoas generosas e amorosas, que não se sentem ameaçadas pelo seu brilho, ao contrário, que se inspiram em você para brilhar também. Você tem o direito de escolher quem caminha ao seu lado.

Meu desejo é que essa experiência fotográfica tenha mostrado à Paty, mesmo que seja apenas uma fração, o encantamento que ela é capaz de produzir. Que ela possa carregar consigo a certeza de que sua coragem não apenas existe, mas contagia todos ao seu redor.
Edna
