Compêndio da Criação, Entrada #3: Catarina, o Sol eclipsado

Se Protéa é a alma ancestral que zela pelo destino, Catarina é o Sol, a força jovem e impulsiva cuja crise existencial desencadeia a trama de La Bruja. Este universo não é apenas uma fantasia; é uma descida ao coração da psique de uma jovem que, aos 16 anos, se encontra no limiar da depressão.
A história de Catarina não é um relato sobre mundos distantes, mas sobre o mundo como ela o vivencia. Quando a encontramos, sua realidade está progressivamente se tornando um “mundo cinzento” onde a indiferença, a solidão e o vazio dominam.

O Mapa Natal: A Realeza em Exílio

A essência de Catarina é ser a protagonista de sua própria história, uma condição determinada pelo seu Ascendente em Leão, regido pelo Sol. No entanto, ela vive um período de sombra. Seu mapa natal, eleito para 17 de agosto de 2009, em Curitiba, revela as forças que a aprisionam:

O Eclipse Pessoal: Seu Ascendente está no 20º grau de Leão, o ponto exato onde ocorrerá o eclipse solar em 2026, dias antes de ela completar 17 anos. Esse alinhamento fatídico transforma o evento cósmico em um trauma de origem pessoal, marcando o dia do eclipse como o dia de sua crise.

O Vazio e a Casa 12: A causa astrológica da profunda solidão e do desamparo de Catarina é o posicionamento de sua Alma (a Lua) na Casa 12. A Casa 12 é o lugar das prisões, das limitações e dos inimigos secretos. Essa posição é a origem de sua sensação de isolamento extremo, pois sua alma é marcada pela ausência prévia de contato com outros planetas, reforçando uma jornada que ela sente ser solitária.

A Mãe Oculta: Sua Mãe (Vênus) também está exilada e cativa na Casa 12. A mãe, por sua vez, é uma guardiã inconsciente de um segredo ancestral, reagindo instintivamente à filha na tentativa de negar as próprias intuições. O trauma familiar se manifesta fisicamente em Catarina como uma “pressão na caixa torácica“.

A Realidade Subjetiva e a Crise

A realidade de Catarina é filtrada por sua dor. O trajeto pelo Jardim Botânico, sua rota diária, se torna o limiar dessa realidade sombria e interior. As raízes das árvores que ela ama, agora parecem ser um labirinto perigoso e sufocante.

A Solidão Funcional: O leitor, através dos olhos de Catarina, é introduzido em um mundo onde as pessoas ao redor não validam seus sentimentos, refletindo a verdade de seu estado interior.

A Loba, a Alma Vazia: A manifestação física desse sofrimento é a Loba da Névoa, sua alma ferida, percebida apenas na visão periférica como uma criatura cinza, etérea e esquálida. Ela peregrina em busca de alimento, expressando a fome da alma da própria Catarina.

Guias e Adversários no Labirinto
A crise força o aparecimento de forças que guiarão a jovem (e a perseguirão) em sua jornada para restaurar a integridade de seu Self.

Maurício, o Andarilho: O Cozinheiro andarilho, Maurício (Marte em Gêmeos) é o mentor dúbio de Catarina. Ele é o único que a , e usa seu intelecto (Gêmeos) para armar armadilhas verbais e enigmas que a forçam a agir. Sua intenção é caçar a Loba da Névoa para fazer uma deliciosa caçarola.

Protéa e a Voz Distorcida: Protéa, a antiga sacerdotisa e guardiã da floresta do Monte Cabezón, tenta se comunicar, pois não está totalmente separada de Catarina, utilizando sua sabedoria (Júpiter) para alcançá-la.

A Chave da Salvação: A cura do Sol de Catarina depende de sua coragem em seguir os sinais e confrontar o predador.

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