São Paulo, 21 de Agosto de 2023
Querida Matilde,
Hoje estou me sentindo apagada, cansada, como se minhas forças tivessem sido sugadas. Parece que estou num limbo, em suspensão, observando, como espectadora, a vida acontecer. Ando cansada de tentar ser a minha melhor versão, de buscar a perfeição em tudo que faço, de querer entregar o meu melhor. Entregar para quem? Por quê? De onde vêm essas cobranças que acatamos imediatamente, como se fossem inerentes ao nosso “ser” humano? Quem dita as regras de beleza e de conduta?
Estou cansada, minha amiga, de tentar não envelhecer, de fingir que tenho energia suficiente para dar conta de trabalho, marido, casa, filhos, baladas, jantares…
Eu não quero saber se os 40 são os novos 20. Quero compromissos que terminem no máximo às 22h00, quero noitadas de 8 horas de sono bem dormidas e eventos que tenham lugar para sentar. Quero comer o que me dá prazer sem contar calorias, quero o direito de envelhecer em paz e de respeitar o meu corpo cansado.
Chega de tentar ser a minha melhor versão. A partir de agora, serei a versão que tem pra hoje. Vamos juntas?
Selene